quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O fim da sua vida



Igreja da Graça, Santarém: túmulo de Cabral.Cabral viveu em Santarém depois de ter recusado a capitania da armada que em 1502 partiu para a Índia. Desde então, não voltou a prestar qualquer serviço à coroa. Nem a carta de Afonso de Albuquerque de 1514 levou o rei a conceder-lhe nenhuma missão, apesar de reconhecer o seu valor e manter sua vultosa tença de 200.000 reais por ano. O descobridor do Brasil, juntamente com a sua esposa, viveu seus últimos anos de forma discreta em sua casa, na qual terá falecido em 1520, situada junto da Igreja da Graça, onde foi sepultado. Este é o ano mais provável de sua morte, baseando-se em duas cartas de D. Manuel I, O Venturoso, datadas de 3 de novembro de 1520. Nelas, declarava-se que, em atenção aos muitos serviços prestados pelo falecido Pedro Álvares Cabral, a partir "do primeiro dia de janeiro da era de quinhentos e vinte e um em diante" deveriam ser pagas à sua viúva D. Isabel de Castro tenças anuais, no montante de 30.000 reais, e ao seu filho mais novo António Cabral, no montante de 20.000 reais. O fato de tais tenças, que serviam de pensão, serem pagas apenas a partir de 1521, revela que o falecimento ocorreu em 1520.
 Além de António Cabral, que morreu sem sucessores, deixou mais cinco descendentes, tendo sido o filho primogênito Fernão de Álvares Cabral, que foi um fidalgo da confiança de D. João III. A última ação importante de Fernão foi o comando da armada para a Índia em 1553. Em 1554, durante a viagem de regresso a Portugal, a nau de que era capitão, a São Bento, naufragou nas costas da atual África do Sul, vindo ele a falecer em 2 de junho desse mesmo ano, em Moçambique.

Monumento a Pedro Álvares Cabral em Lisboa.Cabral teve ainda quatro filhas. D. Constança de Castro era a mais velha, que casou-se com Nuno Furtado de Mendonça, do qual não teve filhos. As outras três filhas chamaram-se D. Guiomar de Castro, D. Isabel e D. Leonor e tornaram-se freiras.
Pedro Álvares Cabral faleceu esquecido. Sua sepultura esteve perdida durante os séculos XVII e XVIII, tendo sido localizada em 1839 pelo historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro.
Cabral é lembrado pelos brasileiros como aquele que descobriu o Brasil, sendo homenageado anualmente, a 22 de abril. Foi-lhe erguido um monumento em 1940 na cidade do Rio de Janeiro, obra de Rodolfo Bernardelli. A cidade de Belo Horizonte homenageou-o, dando-lhe o nome a uma das suas principais vias, a Avenida Álvares Cabral. Na cidade de São Paulo existe a Avenida Pedro Álvares Cabral. Inúmeras outras cidades também deram o seu nome a diversas vias e logradouros públicos. Em Portugal, também foi-lhe erguido um monumento em Lisboa, na avenida que recebeu o seu nome, na freguesia de Santa Isabel. Esta estátua foi inaugurada em 1941 com honras militares, estando presentes representantes da Marinha, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa. O monumento é uma réplica do existente no Rio de Janeiro, e foi oferecido ao governo português pelo governo brasileiro.
Do mesmo modo, a sua terra natal homenageou-o com uma estátua, assim como a cidade onde está sepultado, Santarém.
Em 14 de Março de 1903 parte de seus restos mortais foram transladados para o Brasil, tendo sido depositados em um jazigo na Antiga Sé no Rio de Janeiro.



 



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