quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Terra natal

Pelmonte orgulha-se de ser a terra natal do descobridor do maior país de colonização portuguesa.
A pequena e aconchegante vila de Belmonte, situada na Serra da Estrela, mantém viva a história dos Cabrais através de seus monumentos e lendas. O Castelo onde nasceu Cabral, o Panteão da família, a Igreja de São Tiago, a estátua do descobridor, são marcas que permitem a volta ao tempo e a reconstrução de uma história.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Rota de Pedro Álvares Cabral


Vasco da Gama forneceu a Pedro Álvares Cabral um documento com indicações detalhadas sobre a rota que devia seguir a caminho da Índia e sobre as atitudes que devia tomar em certas circunstâncias. Por exemplo: para os navios da armada não se perderem uns dos outros, o melhor era dispararem dois tiros de canhão sempre que quisessem mudar de rumo. Assim, alertavam os outros capitães e eles tratariam de virar para o mesmo lado que a nau capitânia. No entanto, se por azar uma nau se perdesse, só deveriam tentar encontrá-la durante o dia. À noite seria preferível baixarem as velas, ficarem onde estavam e só retomarem as buscas ao amanhecer.
Quanto à rota, Vasco da Gama recomendava o seguinte percurso: Lisboa – ilhas Canárias – ilhas de Cabo Verde. Aí teriam de escolher a ilha de Santiago ou São Nicolau para se reabastecerem com água doce e mantimentos frescos, pois a etapa seguinte seria longa. A partir de Cabo Verde, convinha fazerem um desvio para ocidente a fim de evitarem os ventos contrários que sopram junto à costa da África.
O rei D. Manuel I também deu instruções a Pedro Álvares Cabral. Sobre essa conversa há várias teorias. Alguns historiadores garantem que os Portugueses já tinham descoberto terras na zona onde é hoje o Brasil, mas guardaram segredo para evitar a concorrência dos Espanhóis.
Sendo assim, o rei teria ordenado ao capitão que fizesse um desvio maior do que o necessário e descobrisse oficialmente a tal terra secreta.
No entanto, há historiadores que não aceitam esta hipótese. Dizem que não havia motivo nenhum para se manter a descoberta em segredo. O medo da concorrência deixara de fazer sentido porque os dois países tinham assinado há vários anos o famoso Tratado de Tordesilhas.
Ora, nesse Tratado dividiram o mundo em duas partes e definiram a metade em que cada país podia descobrir terras. Como o Brasil ficava na metade reservada aos Portugueses, seria natural anunciar sua existência. Os historiadores que assim pensam, consideram que os navios se desviaram da rota prevista ao sabor dos ventos e das correntes marítimas. E, portanto, é a Pedro Álvares Cabral que se deve a descoberta do Brasil.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O retorno a Portugal

Cabral chegou a Lisboa a 31 de julho de 1501, sendo aclamado como herói, não obstante o facto de, das treze embarcações, terem regressado apenas quatro.

Convidado pelo soberano para comandar a nova expedição ao Oriente em 1502, Cabral desentendeu-se com o monarca acerca do comando da expedição: tendo recusado a missão, veio a ser substituído por Vasco da Gama. Em desgraça perante o soberano, não recebeu mais nenhuma missão oficial até ao fim da vida.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Musica relacionada





Pindorama, Pindorama


É o Brasil antes de Cabral
Pindorama, Pindorama
É tão longe de Portugal
Fica além, muito além
Do encontro do mar com o céu
Fica além, muito além
Dos domínios de Dom Manuel


Vera Cruz, Vera Cruz
Quem achou foi Portugal
Vera Cruz, Vera Cruz
Atrás do Monte Pascoal
Bem ali Cabral viu
Dia 22 de abril
Não só viu, descobriu
Toda a terra do Brasil


Pindorama, Pindorama
Mas os índios já estavam aqui
Pindorama, Pindorama
Já falavam tupi-tupi
Só depois, vêm vocês
Que falavam tupi-português
Só depois com vocês
Nossa vida mudou de uma vez


Pero Vaz, Pero Vaz
Disse em uma carta ao rei
Que num altar, sob a cruz
Rezou missa o nosso frei
Mas depois seu Cabral
Foi saindo devagar
Do país tropical


Para as Índias encontrar
Para as índias, para as índias
Mas as índias já estavam aqui
Avisamos: "olha as índias!"
Mas Cabral não entende tupi
Se mudou para o mar
Ver as índias em outro lugar
Deu chabu, deu azar
Muitas naus não puderam voltar
Mas, enfim, desconfio
Não foi nada ocasional
Que Cabral, num desvio
Viu a terra e disse: "Uau!"
Não foi nau, foi navio
Foi um plano imperial
Pra aportar seu navio
Num país monumental


Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, descobri
O Brasil tá inteirinho na voz
Quem quiser vai ouvir
Pindorama tá dentro de nós


Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, vem ouvir
É um país muito sutil
Quem quiser descobrir
Só depois do ano 2000

Chegada ao Brasil


As navegações de Pedro Álvares Cabral


As caravelas são um prodígio da nossa tecnologia e a vanguarda das expedições. São navios velozes e relativamente pequenos. Uma típica caravela portuguesa tem de 20 a 30 metros metros de comprimento, de 6 a 8 de largura, 50 toneladas de capacidade e é tripulada por quarenta ou cinqüenta homens. Com vento a favor, chega a percorrer 250 quilômetros por dia. Utiliza as chamadas velas latinas, triangulares, erguidas em dois ou três mastros. Elas permitem mudar de curso rapidamente e, em ziguezague, velejar até mesmo com vento contrário. A grande vantagem das caravelas sobre os pesados navios mercantes utilizados no Mediterrâneo por genoveses e catalães é a versatilidade. Ideais para navegação costeira, podem entrar em rios e estuários, manobrar em águas baixas, contornar arrecifes e bancos de areia. E também zarpar rapidamente, no caso de um ataque imprevisto de nativos hostis.
As naus são barcos maiores e mais lentos. A capitânia de Pedro Álvares Cabral é um navio de 250 toneladas e, ao partir, levava 190 homens. Elas são a ferramenta essencial no comércio já estabelecido com a África e no nascente intercâmbio com as Índias. Na longa viagem de ida, transportam produtos para a troca, provisões, guarnições militares, armas e canhões. Na volta, trazem as mercadorias cobiçadas pela Europa. Suas velas redondas são menos versáteis que as das caravelas, mas permitem uma impulsão muito maior com vento favorável. As caravelas, ao contrário das naus, levam pouca carga. Nem é necessário. Nessa época de grandes descobertas, a carga mais preciosa que elas podem transportar é a informação sobre as rotas marítimas e as terras recém-contatadas – um produto que não pesa nada, mas é vital para as conquistas no além-mar.

O fim da sua vida



Igreja da Graça, Santarém: túmulo de Cabral.Cabral viveu em Santarém depois de ter recusado a capitania da armada que em 1502 partiu para a Índia. Desde então, não voltou a prestar qualquer serviço à coroa. Nem a carta de Afonso de Albuquerque de 1514 levou o rei a conceder-lhe nenhuma missão, apesar de reconhecer o seu valor e manter sua vultosa tença de 200.000 reais por ano. O descobridor do Brasil, juntamente com a sua esposa, viveu seus últimos anos de forma discreta em sua casa, na qual terá falecido em 1520, situada junto da Igreja da Graça, onde foi sepultado. Este é o ano mais provável de sua morte, baseando-se em duas cartas de D. Manuel I, O Venturoso, datadas de 3 de novembro de 1520. Nelas, declarava-se que, em atenção aos muitos serviços prestados pelo falecido Pedro Álvares Cabral, a partir "do primeiro dia de janeiro da era de quinhentos e vinte e um em diante" deveriam ser pagas à sua viúva D. Isabel de Castro tenças anuais, no montante de 30.000 reais, e ao seu filho mais novo António Cabral, no montante de 20.000 reais. O fato de tais tenças, que serviam de pensão, serem pagas apenas a partir de 1521, revela que o falecimento ocorreu em 1520.
 Além de António Cabral, que morreu sem sucessores, deixou mais cinco descendentes, tendo sido o filho primogênito Fernão de Álvares Cabral, que foi um fidalgo da confiança de D. João III. A última ação importante de Fernão foi o comando da armada para a Índia em 1553. Em 1554, durante a viagem de regresso a Portugal, a nau de que era capitão, a São Bento, naufragou nas costas da atual África do Sul, vindo ele a falecer em 2 de junho desse mesmo ano, em Moçambique.

Monumento a Pedro Álvares Cabral em Lisboa.Cabral teve ainda quatro filhas. D. Constança de Castro era a mais velha, que casou-se com Nuno Furtado de Mendonça, do qual não teve filhos. As outras três filhas chamaram-se D. Guiomar de Castro, D. Isabel e D. Leonor e tornaram-se freiras.
Pedro Álvares Cabral faleceu esquecido. Sua sepultura esteve perdida durante os séculos XVII e XVIII, tendo sido localizada em 1839 pelo historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro.
Cabral é lembrado pelos brasileiros como aquele que descobriu o Brasil, sendo homenageado anualmente, a 22 de abril. Foi-lhe erguido um monumento em 1940 na cidade do Rio de Janeiro, obra de Rodolfo Bernardelli. A cidade de Belo Horizonte homenageou-o, dando-lhe o nome a uma das suas principais vias, a Avenida Álvares Cabral. Na cidade de São Paulo existe a Avenida Pedro Álvares Cabral. Inúmeras outras cidades também deram o seu nome a diversas vias e logradouros públicos. Em Portugal, também foi-lhe erguido um monumento em Lisboa, na avenida que recebeu o seu nome, na freguesia de Santa Isabel. Esta estátua foi inaugurada em 1941 com honras militares, estando presentes representantes da Marinha, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa. O monumento é uma réplica do existente no Rio de Janeiro, e foi oferecido ao governo português pelo governo brasileiro.
Do mesmo modo, a sua terra natal homenageou-o com uma estátua, assim como a cidade onde está sepultado, Santarém.
Em 14 de Março de 1903 parte de seus restos mortais foram transladados para o Brasil, tendo sido depositados em um jazigo na Antiga Sé no Rio de Janeiro.